Metroviários de Sampa,
O governo do estado
E as empresas do transporte,
Após terem se acertado,
Entraram em um dilema
E o metrô ficou parado.
A decisão de parar,
De acordo com o sindicato,
Foi porque as outras partes
Deram para trás no trato.
Deixando a categoria
De novo, pagando o pato.
A categoria afirma
Que não lutou por salários.
Somente para manter,
Com estado e empresários,
Os direitos conquistados
Na luta dos operários.
Um órgão mediador
Conseguiu interromper,
Através de outra proposta,
Pra greve não se estender.
Mas no metrô teve filas
Antes do dia nascer.
Para falar sobre o caso,
A Rede Globo, buscou
Falar com o sindicalista
Que essa greve liderou.
Aí o trem da conversa
De repente se alinhou.
Quando o Rodrigo Bocardi
Pergunta ao sindicalista,
Com o tom de quem detém
O melhor ponto de vista,
E com o carimbo de crime
Para bater no grevista.
Quando o grevista responde,
No mesmo tom do global,
Talvez como quem pergunta
Onde este estava afinal,
Para perguntar se é certo
Lucrar com a crise viral.
Foi posto o preto no branco,
Com bastante nitidez,
Porque Rodrigo Bocardi
Nem imaginou, talvez,
Que quem fosse responder
Fosse fazer o que fez.
O apresentador da Globo,
Com ares de indignado,
Quis pousar de populista
Diante do entrevistado.
Que respondeu demonstrando
Qual seu verdadeiro lado.
Bocardi ouviu as respostas,
Mas antes de encerrar,
Citou crise e desemprego,
Povo indo trabalhar,
Perguntando se era certo
Uma greve se instalar.
Altino, o sindicalista,
Defende os metroviários.
E disse que a greve é justa
E a culpa é dos empresários,
Que lucram na pandemia
Às custas dos operários.
Citou o Portal da Globo
Que noticiou o aumento
De lucro dos bilionários
Em 27%
E devolveu a pergunta:
- É justo, nesse momento?
Aí o tom foi menor
Na fala do jornalista
Que nada pôde opinar
Porque é capitalista
Ficou nu, sem seu disfarce
De caráter populista.
No metrô da informação
OCORDEL são seus vagões
Carregados de riqueza
Pra deixar nas estações.
A nossa linha é direta
Em todas as direções.
Romildo Alves o Garotinho do Cordel