Feira de Santana perde
Manuel Teles Ferreira.
Pelo nome de batismo
Se estranha de primeira,
Mas o chapéu de engenheiro
Já é conhecido em Feira.

O homem que tinha o sonho
De ir à Brasília um dia,
Nasceu em 65, (1965)
Em Santanópolis – Bahia,
Já havia 23 anos
Que em Feira residia.

Na Princesa do sertão,
Ganhou notoriedade.
Morador do George Américo
Vinha ao centro da cidade
A pé, porque não gostava,
De outra modalidade. 

No destino mais frequente, 
A Câmara Municipal,
MTF chegava
No horário regimental,
E acompanhava as sessões
Do início até o final. 

Um assíduo ouvinte de rádio
Andava bem informado,
Qualquer evento político
- Olha Manuel colado!
Chapéu branco, de engenheiro,
Facilmente era notado. 

Também na Biblioteca
Municipal sempre andava,
E o riso de Manuel
Era algo que o marcava.
Como um cidadão na Câmara
Sua presença a honrava.

Mas neste dia 27
Seu óbito foi confirmado,
No Hospital de Campanha,
Pela Covid ceifado.
Desde o último dia 10
Por lá estava internado.

Como era diabético,
As coisas se agravaram.
Problemas respiratórios
Pra UTI o levaram.
Até que neste domingo
Todos seus órgãos pararam. 

A personagem folclórica,
Como insistem em lhe chamar,
Já estava aposentado,
Mas não quis se aposentar
Do seu papel cidadão
Que era ativo e exemplar. 

A Câmara Municipal
Deveria decretar luto,
Pôr bandeira a meio mastro,
Em respeito absoluto
Ao sorriso que se cala,
Não somente em um minuto. 

Em campanha eleitoral,
Certamente ocorrerão,
Desde homenagens sinceras
Às de pura apelação,
Mas nenhuma como OCORDEL
Presta a este cidadão.